terça-feira, 26 de outubro de 2010

Afeição

Quero que veja teus reflexos em mim;
As reações que, em cadeia, são desenfreadas
Por um toque teu.

Teus dedos gelados traçam a curva
De meu colo morno e sinto-me
Gelar por inteiro - derreto aos poucos.

Tua ternura e cuidado me deleitam
Mas nada ocorre... Não que queira!
Seria tudo contrário à ordem. 

Mas chegar ao imo teu por externasses minhas,
E vocabulários teus - é de intento nosso.
E ao cerne meu por olhares teus,
Proximidade minha e afeição mutua - é deleite nosso.

Teu mirar encalistra- me; é, pois, oceano castanho que
Nas profundezas me perco, e não encontro caminho que dê
A respirar. E tudo que não consigo neles ler – tenho, nas impressões
De tuas mãos quando me afagam os cabelos, qualquer léxico que deles
Deveria extirpar.


Gostaria de conhecer - não se recíproco - mas
O que em ti causo, pois em mim você importa e reside.
Não é amor, por sua raiz ou pelo que virou, não é magnetismo dos corpos
Não é desejo somente. É algo mais.
É interior, a intimidade.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Joy

My book is gonna be real! hahaha

sábado, 9 de outubro de 2010

Que dimana em mim.

Após dilacerado
Há um sulco descomedido em meu imo
Que arde nas bordas e só
Cessa quando transborda lamúrias
Irrefreadamente... escuras, espessas.
Sem força ele não bombeia e os extremos
Frios de nada - são dedos opacos de
Vida que doem um agudo tormento.
O sofrer eterno de alguém que por dentro sangra.
Hemorragia desenfreada que alaga as entranhas
E escorre dos olhos cristalina. Que mancha a pele
De translúcido e reluz até cegar o olhar de quem vê

Inexistente para os com quem convive tenho os olhos cerrados,
Não de raiva, algo mais brando que não sei dizer.
Porque tanta dor? É o vazio de dentro que me corrói
Ou o turbilhão ininterrupto que me é externo
A aprisionar-me do lado interior? Nem para essa tenho resposta,
Uma vez que brotam perguntas de meus lábios.
Já as respostas nunca encontram o caminho até o consciente.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Desassossego



Teus olhos me dilaceram em miúdos.
Como chaga viva em meu peito exposto
Tuas mãos em brasa largam funestas impressões
Por toda minha pele.

Tuas marcas, contudo, não se restringem ao exterior:
Estendem-se ao cerne meu.
Antes de ti, como árvore imaculada, respirava o mundo
E vivia no ser mais que plenamente.

E agora, com o pai morto e a mãe ingrata,
Tento fazer de meus dias opacos, cheios de gente que reluzam à luz do dia
E se façam presentes mesmo na escuridão.

Em princípio, a Lua era como meu farol constante 
Nas noites ingratas de sofrimento e solidão; 
porém, hoje, as nuvens pretas nunca abrem caminho para o feixe prateado .

E assim esqueço que daqui a algum tempo, haverá paz no espírito, 
sorriso nos lábios e, sempre ...
A inquietude de meu coração.

Seguidores