segunda-feira, 12 de setembro de 2011

O sol me vê


Adoro desenhar. Adoro desenhar espelhos. Colorir quadros e estragar sorrisos.  Engraçado isso. Eu quereria gerá-los, não os estragar. Mas ainda assim. Parece que tudo o que pinto vira um misto de coisas marrons e cinzas. A colisão de tudo num gigantesco nada, que significa o mundo, mas contextualiza demais. E ai o que se vê é a mancha escura na parede que, pesada, escorre rasgando o branco imaculado à volta. Sabe... eu não me importo. Não com o branco, porque se você observar bem, não é branco coisa alguma. É mofado, tem aquele tom amarelado tosco que só nos repudia. E se olharmos bem pra nós mesmos... Existe muito desse mofo intrincado em nós. Mas esse é outro assunto. Eu disse que adoro desenhar. É, desenhar. Desenhar um mundo diferente do meu, mas com palavras. Essas sim mostram alguma coerência e coesão. Não ria de mim!!! Estou falando sério. Você sempre critica essas coisas que falo. Qual o problema se quero me agarrar à essa fuga como se fosse uma janela aberta para o sol me ver? É tão terrível assim? Não querer viver nas sombras, abrir as cortinas pra ficar de bem? Não preciso me queimar sob os raios, mas aquela pequena cor de felicidade nas maçãs do roso me agrada, sabe? Aquele vermelhinho saudável? Que expulsa o mofo, o amarelo azedo, o verde asco e o marrom cinzento. E sorrir o branco, aquele, O imaculado. 

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