quarta-feira, 9 de novembro de 2011


E nas encostas dos sonhos daqueles à deriva no mundo
Encontram-se, naufragados, resquícios de boa ventura,
Saudades de casa – da fase pueril.

O sorriso desavergonhado e os atos de semvergonhança
A boca lambuzada de doce, os dedos cheios de terra.
O mundo verde e colorido. O Arco íris e o pote de ouro no fim.
Caminho dos deuses, ligação espiritual;
Boa ventura tudo de novo.

Corações perdidos tem um ponto final,
Mas esse órgão que bombeia vida pelas correntes intrínsecas
É só vírgula e continuação.
Um dia chega ao fim.... Mas até lá:
Boa Venturança!

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Precípuo


Fome de fé, alma inquieta. 
Cansaço do mundo. Quebrar o relógio.
Contemplação, leitura, sorriso.
Espiritualidade.


Sensassão de mudo, guiar o olhar em direção ao cosmos.
Vida brilhante. Não pelos acontecimentos, conquistas. 
Mas LUZ - simples luminosidade


Respiração profunda e o peso no peito se vai.
Necessidade de um local isolado. Estudo do Ser.
Ser EU. Tratado de mim mesma. Não...
Disso chega


Tratado do mundo, isso sim. É aqui que respiro.
A solução, agora, é lá fora. 
Muito, muito longe daqui. 

terça-feira, 11 de outubro de 2011

E se naquilo tudo, na verdade, não tivesse nada?
Todos aqueles olhares congelados nas fotografias. Nada.
O brilho vazio, as caras mascaradas. Aquela gente que não dizia nada.
Nem aquele que você sentia, ou que te fazia sentir. Tanto faz.

As vezes me pego olhando pras paredes cheias desses momentos congelados.
E o que eles me dizem? São as pessoas que eu ainda queria próximas a mim? Talvez.
Quem sabe só mais presentes.
Ou são lembretes de que a vida, na verdade, não é tão triste e tão árdua.
Mas eu to cansada de tanta coisa. Mesmo depois de tantas mudanças.
Nem a arte, nem a suposta arte, melhor dizendo, me conforta mais.
Ou eu só estou ficando mais cética... As vezes é isso.

Ai, como eu quero entender o que é que ele me faz sentir. O que é isso tudo?
Sério que acabei de gastar uma fortuna com ele? Porque não tenho coragem de dizer o que ainda sinto?
E toda essa insegurança? Onde fica? Acumula aqui, e me entala o peito ?
Ah esses clichês. Cansei. Mas não consigo me desvencilhar.
Afinal a sociedade toda se constrói sobre eles, né?
Querer fugir disso tudo não adianta de nada.

Mas todos são tão felizes. Lá congelados, mas felizes.
Aqui, na minha parede. Engraçado que as vezes vejo uma menina que se parece comigo.
Mas nunca entendo os seus olhos. Vivo perguntando de quem são e o que querem significar.
Me dizem que significam algo para alguém, mas tem um outro alguém, que não esse, que significa algo para eles. Será? Não sei, talvez se perguntarmos à ela....





sábado, 24 de setembro de 2011

I guess that's why they call it the blues


Don't wish it away
Don't look at it like it's forever
Between you and me
I could honestly say
That things can only get better
And while I'm away
Dust out the demons inside
And it won't be long
Before you and me run
To the place in our hearts
Where we hide
And I guess that's why
They call it the blues
Time on my hands
Could be time spent with you
Laughing like children
Living like lovers
Rolling like thunder under the covers
And I guess that's why
They call it the blues
Just stare into space
Picture my face in your hands
Live for each second
Without hesitation
And never forget I'm your man
Wait on me girl
Cry in the night if it helps
But more than ever
I simply love you
More than I love life itself
And I guess that's why
They call it the blues
Time on my hands
Could be time spent with you
Laughing like children
Living like lovers
Rolling like thunder under the covers
And I guess that's why
They call it the blues

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Um balão baleia, de tão grande que é.

Me dá um balão? Um bem colorido, cheio de gente plantada, com cores gritando e árvores correndo. Me dá um balão? Cheio de ar com purpurina, chuva sem cor e mundo sem terra. Me dá um balão? Um balão bem grande! Sem pé nem cabeça, sem ventre nem fala, sem sentido algum? Um tão, tão, tão grande pra que eu possa me perder de mim mesma. Esquecer quem sou, quem fui e o que já planejei ser. Que caia água milagrosa do céu, que lave e leve tudo embora. E que eu possa desperdiçar meu tempo com o que eu quiser.

Quero mergulhar nas trincheiras sem fim que existem aqui dentro. Tão fundo, tão fundo que eu pareça suspensa no ar. Desprendida de qualquer amarra que hoje me sufoca e me entala o peito de coisa triste, coisa morta. Quero me perder num mundo sem eira nem beira. Sem o PARA do lelepípedo. Sem qualquer barreira. Eu quero GRITAR o que realmente sou. Esquecer de gente hipócrita que não sabe mais o que é amar.

AMAR. MAR. Isso. Mar. Um mar imenso é o que eu quero. Um gigantesco, gigantesco mar. Com horizontes ridiculamente distantes. Não, melhor. Sem horizonte algum! É! É exatamente isso que quero. Só raios de sol, água salgada, muita coisa acontecendo ao mesmo tempo e nada. Isso, isso. Nada. Porque tudo é um. Não vão existir horizontes, nem multidões, nem barulho, nem natureza, nem eu, nem você; Só vai existir e ponto. SER e fim. Nada mais, nada menos. Um UNO irrestrito onde tudo é nada, e nada é tudo. O silêncio é o som. A fome é a falta dela. A sede é o próprio ato de matá-la. E o você e o eu não existe. Pois somos o mesmo. Somos o mesmo.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Quem é você? Eu?



E das tuas linhas tortas traço meus romances. Cenas escuras, ruelas estreitas, carros sozinhos. Aquela estranha neblina cobre tudo; demonstra o desnorteio que me faz sentir. É assim tão estranho? Esse rebuliço todo que me deixa zonza? Acho que não. Tantos falam dele. Mas pra mim só faz sentido diante de ti. Quando não encaro os olhos teus é tudo simplesmente absurdo. Sim, sim. Absurdo. É como se visse a mim, mas sendo outra pessoa. Não me reconheço perto de ti. Perco minhas próprias marcas, meus próprios sentidos, e vivo através dos teus. De ti, pra ser mais clara. É. Respiro, ando, olho e como. Tudo por você. Minha mãe diz que é doença, que não me faz bem, sentir isso.  Mas você logo se vai, vai viver a tua vida. Aquela, longe de mim. E eu? Volto ao normal, acho. Acostumando-me aos meus pulmões, e visão e tato próprios. Muito estranho isso. Sim, sim. Muito estranho. Sinto-me apática sem ti. Ser eu mesma torna-se irreal. Tua mera presença me revolve o mundo, vira tudo de ponta cabeça. No instante momento me agrada. E depois que se vai - é tudo ácido. Dos olhos tristes escorrem lágrimas. Essas, dessa vez, não através dos teus olhos, mas dos meus mesmo. Doentes sem você. Sem você... Tão estranho,  tão estranho.... 

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

O sol me vê


Adoro desenhar. Adoro desenhar espelhos. Colorir quadros e estragar sorrisos.  Engraçado isso. Eu quereria gerá-los, não os estragar. Mas ainda assim. Parece que tudo o que pinto vira um misto de coisas marrons e cinzas. A colisão de tudo num gigantesco nada, que significa o mundo, mas contextualiza demais. E ai o que se vê é a mancha escura na parede que, pesada, escorre rasgando o branco imaculado à volta. Sabe... eu não me importo. Não com o branco, porque se você observar bem, não é branco coisa alguma. É mofado, tem aquele tom amarelado tosco que só nos repudia. E se olharmos bem pra nós mesmos... Existe muito desse mofo intrincado em nós. Mas esse é outro assunto. Eu disse que adoro desenhar. É, desenhar. Desenhar um mundo diferente do meu, mas com palavras. Essas sim mostram alguma coerência e coesão. Não ria de mim!!! Estou falando sério. Você sempre critica essas coisas que falo. Qual o problema se quero me agarrar à essa fuga como se fosse uma janela aberta para o sol me ver? É tão terrível assim? Não querer viver nas sombras, abrir as cortinas pra ficar de bem? Não preciso me queimar sob os raios, mas aquela pequena cor de felicidade nas maçãs do roso me agrada, sabe? Aquele vermelhinho saudável? Que expulsa o mofo, o amarelo azedo, o verde asco e o marrom cinzento. E sorrir o branco, aquele, O imaculado. 

quinta-feira, 2 de junho de 2011

If there is anyone out there for me... It's stil out there, away, apart..

From Me.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Falta dos olhos cálidos

Teus olhos julgavam-me. Teciam certo marasmo em meu ser. A atonia aos poucos dominava os sentidos, torturava minhas frases, combatia teu fascínio. Encarar-te era mentira.  E minha mera presença era insulto.   

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Fim de tarde;

Seus olhos me hipnotizavam. O que dizia me arrastava para dentro de si.
Os tons suaves dos cabelos reluzindo ao sol, as pontas dos dedos, quase translúcidas.
O sorriso branco e o carvão nas mãos. Pintava o próprio rosto sem perceber...
Sorria com o canto dos lábios. O turbilhão de cores realçadas pela luz vibrante,
A folha antes imaculada. Em meu peito floresciam os teus olhos.
Meu âmago em rebuliço na tua presença.
Tremia.

O que há de ser será. Lia.
Mas nada ali composto reconfortava;
Nublado, se extinguia o sol.
O peito pesado, a ausência profunda.
Tristeza líquida me escorria dos olhos.

Calor do corpo nas colchas amarfanhadas.
Um par de mãos sozinho.
Não ressoavam gargalhadas.
Era único o suspiro.

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