sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Um balão baleia, de tão grande que é.

Me dá um balão? Um bem colorido, cheio de gente plantada, com cores gritando e árvores correndo. Me dá um balão? Cheio de ar com purpurina, chuva sem cor e mundo sem terra. Me dá um balão? Um balão bem grande! Sem pé nem cabeça, sem ventre nem fala, sem sentido algum? Um tão, tão, tão grande pra que eu possa me perder de mim mesma. Esquecer quem sou, quem fui e o que já planejei ser. Que caia água milagrosa do céu, que lave e leve tudo embora. E que eu possa desperdiçar meu tempo com o que eu quiser.

Quero mergulhar nas trincheiras sem fim que existem aqui dentro. Tão fundo, tão fundo que eu pareça suspensa no ar. Desprendida de qualquer amarra que hoje me sufoca e me entala o peito de coisa triste, coisa morta. Quero me perder num mundo sem eira nem beira. Sem o PARA do lelepípedo. Sem qualquer barreira. Eu quero GRITAR o que realmente sou. Esquecer de gente hipócrita que não sabe mais o que é amar.

AMAR. MAR. Isso. Mar. Um mar imenso é o que eu quero. Um gigantesco, gigantesco mar. Com horizontes ridiculamente distantes. Não, melhor. Sem horizonte algum! É! É exatamente isso que quero. Só raios de sol, água salgada, muita coisa acontecendo ao mesmo tempo e nada. Isso, isso. Nada. Porque tudo é um. Não vão existir horizontes, nem multidões, nem barulho, nem natureza, nem eu, nem você; Só vai existir e ponto. SER e fim. Nada mais, nada menos. Um UNO irrestrito onde tudo é nada, e nada é tudo. O silêncio é o som. A fome é a falta dela. A sede é o próprio ato de matá-la. E o você e o eu não existe. Pois somos o mesmo. Somos o mesmo.

Um comentário:

  1. Vou resumir meus comentários dos seus últimos posts em um, porque eu gostei muito de todos e não sei nem como escrever isso.

    Enfim, quero mais!

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