segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Desassossego



Teus olhos me dilaceram em miúdos.
Como chaga viva em meu peito exposto
Tuas mãos em brasa largam funestas impressões
Por toda minha pele.

Tuas marcas, contudo, não se restringem ao exterior:
Estendem-se ao cerne meu.
Antes de ti, como árvore imaculada, respirava o mundo
E vivia no ser mais que plenamente.

E agora, com o pai morto e a mãe ingrata,
Tento fazer de meus dias opacos, cheios de gente que reluzam à luz do dia
E se façam presentes mesmo na escuridão.

Em princípio, a Lua era como meu farol constante 
Nas noites ingratas de sofrimento e solidão; 
porém, hoje, as nuvens pretas nunca abrem caminho para o feixe prateado .

E assim esqueço que daqui a algum tempo, haverá paz no espírito, 
sorriso nos lábios e, sempre ...
A inquietude de meu coração.

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